A COP30 ameaça deixar um legado que se resumirá à maquiagem da capital paraense. Em outras palavras, embora seja uma das unidades federativas mais sensíveis à degradação ambiental, o efetivo combate a esse tipo de agressão parece longe de preocupar as autoridades. É o outro lado da moeda. Se um lado trará (em algum caso, restituirá) benefícios, com o formoseamento de certas áreas de Belém, do outro lado, negligenciará aspectos impossíveis de ignorar. Dentre esses, os problemas que afetam as comunidades indígenas e que têm a ver com a preservação do ambiente. Enquanto representantes de diversas etnias reivindicam o tratamento que a Constituição de 1988 assegura, o prefeito de Belém extingue uma escola voltada para aquele objetivo. O filósofo, membro da Academia Brasileira de Letras Airton Krenak afirmou estar o governador Helder Barbalho sabotando seu próprio governo. Além dessa liderança indígena, intelectuais e estudiosos da Região acrescentaram informações que servem para mostrar quanto perderá a Amazônia, com esse processo de autossabotagem promovido e conduzido pelo governador do estado-sede da COP30. O poeta João de Jesus Paes Loureiro, a socióloga Violeta Refkalewsky Loureiro (os dois, professores da UFPA) e Marilene Corrêa de Freitas, da UFAM, mostraram os riscos de entregar a organização e coordenação dos trabalhos da importante reunião a grupos de pesquisadores e estudiosos de outras regiões, gerando expectativas desfavoráveis à Amazônia. Não é que faltem conhecimento aos profissionais da FGV e USP, tanto quanto se sabe viverem em todos os estados amazônicos profissionais igualmente competentes. Muitos advindos de outras regiões, a maioria nascida, criada formada nas unidades federativas integrantes desse mundo diferente e desafiador que é a Amazônia continental. Exclui-los das instâncias organizadoras e coordenadoras da COP30 no mínimo, dá a impressão de que se nega a existência de inteligência e compromisso com os destinos da Amazônia e do Brasil, nos professores, pesquisadores e estudiosos do vasto e complexo mundo amazônico. Ainda é tempo de corrigir esses desvios, para que amanhã não se chegue à conclusão de que a COP30 foi apenas um oba-oba do qual resultaram beneficiados os de sempre - empreiteiros, comerciantes, industriais e alguns outros fornecedores de bens e serviços ao poder público e, como sempre, alguns politicos. Terá sido, então, o mesmo que jogar dinheiro (público) fora.
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Muuuuuuita política, ignorância e mesmice na COP30, sem participação da Amazônia e sem propostas de escala, podem fazer do maior Bioma tropical do mundo, com toda a sua capacidade em contribuir ao retorno do equilíbrio climático global, um quintal de "Green-washing" e "Carbo-ganância".