A democracia não é apenas um regime da maioria; é, também, um espaço do debate e da livre manifestação das minorias.
Numa eleição em dois turnos, como no sistema eleitoral brasileiro, resguardados os critérios legais, o primeiro turno é uma oportunidade dos partidos políticos mostrarem suas propostas e seus princípios. É o momento do debate de ideias e da visão de gestão pública.
Nada impede, no entanto, que haja união de forças já no primeiro turno e partidos se coliguem em torno de um candidato, pois este também é um direito democrático.
O segundo turno é o momento da escolha da maioria, para que o governante exerça sua função com o consentimento popular. Neste tempo, as frentes políticas se concretizam, através da negociação do programa de governo e mesmo da possível participação na provável gestão.
Não vejo como equivocada a posição de não criar frentes no primeiro turno. Partido político existe para disputar o poder e isso se concretiza na eleição. Partido político tem que ter candidato majoritário sim e não deve ser cobrado por apoio a candidato de outro partido. A democracia se fortalece com partido fortes, que por sua vez se fortalecem com apoio popular.
Espero que a esquerda tenha um representante no segundo turno das eleições em Manaus (acredito que haverá segundo turno aqui) e que a almejada frente se realize.
Lúcio Carril
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