Exigir dos governantes que sempre acertem é tão obtuso quanto dizer que todos os seus atos são errados. Por isso, a avaliação do desempenho deles deve sempre sopesar (como disse o futuro Ministro do STF, em sua sabatina) os valores em jogo. Refiro-me aqui mais aos valores que orientam as decisões governamentais, que ao seu custo econômico, financeiro e monetário. Aplaudo a reconquista da simpatia da comunidade internacional a que se tem entregado Lula, tanto quanto critico a dinheirama aplicada no financiamento de carros estranhamente chamados populares. Julgo positivas as políticas de defesa do ambiente e as que garantem os territórios indígenas, tanto quanto acho ridículo imaginar que um assalariado que ganha entre R$ 1.320,00 e R$ 6.600,00 possa honrar o pagamento de uma residência de R$ 350.000,00. Pensar que essas são concessões feitas aos urubus que se refestelam com a carniça do banquete pode até ser uma forma de racionalização, a tradução do velho brocardo perder os anéis para não perder os dedos. O risco maior é acabar refém de um Congresso absolutamente insensível, a não ser em relação aos interesses pessoais e familiares de seus integrantes. Talvez a terceira refeição posta no prato dos pobres, e a mesa sendo posta pelo menos duas vezes na casa (?) dos famintos, tenha força para mobilizar os beneficiários dos programas anunciados. Alguns já em execução. Para isso é bom ter eleições a cada dois anos.
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