Buscar entender a atual conjuntura mundial e apreciar as decisões e bravatas de Donald Trump, como se o cenário fosse igual ao da fase anterior da guerra fria, a globalização fosse uma tendência em baixa e o BRICs inexistisse, é despropositado. Isso até pode interessar ao Presidente dos Estados Unidos da América do Norte, cujas dificuldades tendem a crescer, E não, exatamente, porque haja má vontade dos outros países. Outros, imperadores ou pretensos imperadores, passaram por experiência semelhante, ao longo da História. Não há exceção quanto ao fracasso das tentativas de manterem seu domínio sobre extensos territórios e suas respectivas populações. Também é a mestra da Vida (como dela dizia Cícero, I a.C.) quem nos ensina. Há muito se diz que a grande nação do Norte do continente não tem conseguido resistir à pressão de países que não rezam pela cartilha de Monroe, cuja doutrina alimentou a arrogância e a belicosidade dos governantes que se vêm sucedendo, para além do rio Grande. Da palavra de ordem imperial, enunciada em 1823 - a América para os americanos -, republicanos e democratas, indistintamente, não se puseram no Mundo de forma diferente. A queda do muro de Berlim, e logo após, a implosão da União Soviética, saudada com estrépito pelo chamado Ocidente, trouxe consequências, algumas boas, outras, más, em escala global. Uma delas, o abandono da guerra fria, que impediu - nem sempre por boas razões - a eclosão da terceira guerra mundial. Outro fenômeno impulsionado pelo esgarçamento das fronteiras entre países, em que o tráfego veloz dos capitais é marcante, foi a crescente globalização da economia. E de tudo quanto costuma acompanha-la. Também o empenho em manter conflitos internos nos países de sua área de influência, pressionados pelo complexo industrial-militar identificado pelo general Dwight Eisenhower, desviou os Estados Unidos da América do Norte do caminho que vinha trilhando até então. As sucessivas crises que afetaram o país do descendente de imigrantes Trump devem-se, em grande medida, à distração de sucessivos governos. A tal ponto, que a dívida dos Estados Unidos da América do Norte é, hoje, a maior de quantas registram os demais países. É a maior dívida pública (US$ 36 trilhões, em 17-01-2025), a que se seguem as do Reino Unido, da França e da Alemanha. Todas, nações capitalistas e ocidentais. Resumindo: as preocupações de Trump e as bravatas de que ele tem recuado repousam em fatos alimentados pelo propósito imperialista da nação que ele agora volta a presidir. Nem precisa que se diga ser o BRICs outra pedra no sapato do Presidente norte-americano. Se a dor ensina a gemer, não é verdade menor dizer que a dor também leva à insanidade. Já pensaram todos os que se preocupam com o destino da humanidade e do Planeta, o que é a dor, quando ela dói em quem pode apertar um botão capaz de extinguir a Terra?
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