Por texto de Demétrio Magnoli – nem sempre bem inspirado – descobre-se a fonte da política regressiva em vigor no Brasil. Se a ameaça de não admitir outro resultado eleitoral que o desaprove, e o anúncio de que reincidirá na insatisfação em 2022 é cópia da conduta de Donald Trump, o contexto mais amplo pode ser identificado. As invectivas contra a urna eletrônica ensaiam algo semelhante ao que o articulista da Folha de São Paulo chama utopia regressiva. Contando com a probabilidade de disputar a eleição de 2024 nos Estados Unidos da América do Norte, Trump pretende pôr abaixo o direito que a população negra conquistou plenamente somente em 1965. A supressão do voto dessa importante parcela de eleitores estaria na alça de mira do empresário e seus covardes terroristas. Cogita-se da hipótese de, virtualmente impedido de concorrer, o quase-ex-Presidente com mandato moribundo terá algum de seus zeros-à-esquerda para indicar.
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