Seriam peixes carnes ou apenas
vidas
abatidas em convescotes
animados
Nero em deleite
Roma ardendo em fogo
nada fátuo
adrede encomendado
fato inconteste
convivas em leite
e vinho mergulhados
também em sangue
alvoroçados
ódio e fúria nas cordas
de uma lira violada
outra é a lira hoje
dedilhada
produzir cadáveres é ao que
aspiram em alcateia
hienas adestradas
não basta o mar de vírus
que nos próprios perdigotos
entre sorrisos e pilhérias
nos atira
nem há espaço
onde não há almas
é no ódio que
se inspira
projeto trágico
face tão macabra
à espera do encontro a que
Caronte levará
portas do
inferno lá tendo quem as
abra.
Enquanto isso
no inferno antecipado
em dias de infeliz desfrute
estorvar da Ciência o compromisso
da esperança o projeto
morto frustrado
tirando da arena
todo e qualquer que lute
conduzi-los
à custa do açoite
fazendo noite o que dia
seria
como cegos vagando
sem norte
destituídos de toda
alegria
plantando a escuridão
trazendo a morte.
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